Comum
Buracos em ruas e calçadas causam transtornos em Pelotas
No bairro Fragata, uma rua esburacada já provocou acidentes na esquina; já o Calçadão segue com pallet cobrindo provisoriamente abertura no chão
Foto: Volmer Perez - DP - Ruas esburacadas causam transtornos para motoristas e pedestres
A existência de buracos nas ruas e calçadas de Pelotas está longe de ser um problema atual. O surgimento de crateras enormes no caminho gera incômodo por parte dos pelotenses, além de deturpar a imagem da zona urbana e, por vezes, trazer risco ou prejuízo à população. Por conta do movimento e amplitude do município, a aparição dos buracos é quase imprevisível por parte do Poder Público. Porém, esse órgão, que deve cumprir o papel de corrigir as aberturas o mais breve possível, também age com imprevisibilidade, segundo moradores.
Alguns moradores do bairro Fragata têm reclamado intensamente sobre buracos amplos e fundos aparecendo nas principais vias que cortam a região. Uma das piores é a rua Manuel Lucas de Oliveira. Na tarde de terça-feira (9), a reportagem do DP foi até o local para verificar as denúncias. O cenário encontrado corrobora com as reclamações, pois em mais de três pontos da rua os buracos marcam presença. Conforme conta a vizinhança, o maior deles foi corrigido na última segunda-feira, e ficava na parte com paralelepípedos, mais próximo ao cruzamento com a rua Marquês de Queluz, tendo uma largura de meio metro, com profundidade semelhante. O que impressiona foi a demora para a solução, visto os inconvenientes que a fissura causava. "Foram uns 15 dias mais ou menos. Estava tudo cheio de água de esgoto indo correndo na rua", disse a moradora Dulce Duarte, de 55 anos. A tempo, ela aponta outro lugar onde o mesmo vai ocorrer. "Daqui um mês vai afundar esse daqui. Começa assim, depois vai se abrindo", atenta, apontando para um desnível.
Mais adiante, um trecho da Manuel Lucas está praticamente intransitável. Entre as ruas Osvaldo Cruz e Artur Maciel, cerca de 50 metros de rua é composta por diversos buracos. Uma chuva quase insignificante no início da tarde foi capaz de encher as fissuras com água e bloquear a visualização da profundidade. São tantos os buracos, que o veículo que cruza pela via precisa realizar desvios precisos e detalhistas para diminuir possíveis danos materiais ao carro. Essas manobras são feitas mediante uma ampla redução de velocidade, e o veículo precisa diminuir bastante a velocidade. Essa diminuição implica na mobilidade do entroncamento com a Artur Maciel, que é asfaltada, e afeta a segurança no trânsito, como explica um morador. "Os caras passam a 80 quilômetros por hora na asfaltada. A preferencial é essa da buraqueira, mas ninguém para aqui respeitando a preferencial. Tem placa e está escrito pare no chão. Se escapam de cada acidente aí. Já pedimos quebra-mola, mas disseram que não tem necessidade", contou Fábio André Silveira, de 55 anos. "Sempre foi daquele jeito. Estamos há 33 anos aqui. Essa semana, o pessoal colocou o cascote ali e deu uma amenizada. Mas a primeira chuva que vier já lava".
Uma comerciante local, que trabalha em um estabelecimento localizado na metade da quadra com a rua danificada, narra que parte dos fragmentos de construção colocados recentemente é da loja, e outra parte de outros moradores da comunidade. No local, também há uma parada do transporte coletivo municipal. "Eu estou aqui há 13 anos e sempre existiu essa função. O ônibus para bem aqui na frente. Se não é a gente colocar esses cascotes aí, estava muito pior. Porque mesmo parando a chuva, demora mais de uma semana para sair a água. Deu uns acidentes aqui na esquina e aí colocaram mais sinalização, mas não é suficiente para os carros pararem ali", relatou Eleonai Wemelin, de 33 anos.
Calçadão com pallet
Na região central da cidade, uma situação já leva algum tempo sem resolução, e acabou causando acidentes com pessoas. No Calçadão da Andrade Neves, um pouco antes do Chafariz das Três Meninas, um buraco da rede de telefonia está aberto e, para evitar que as pessoas caíssem, foi posto sobre ele um pallet, que é um tipo de estrado feito de madeira idealmente usado como base para montagem de móveis. Por estar encaixado fora da função para a qual foi feito, o pallet já trouxe alguns problemas. "Uma senhora passou distraída, caiu e machucou o joelho. As crianças passam por cima e tropeçam também. Antes, ele estava aberto. Aí de tanto reclamarem e não fazerem nada, o pessoal daqui mesmo que colocou o pallet", manifestou a vendedora Larissa da Rosa, de 24 anos.
Argumentação da Prefeitura
De acordo com o secretário de Obras e Pavimentação, Giovan Peres Pereira, a usina de asfalto da prefeitura passa neste momento por serviços de manutenção. A previsão é de que já esteja liberada para funcionamento a partir de amanhã. A rua Manuel Lucas de Oliveira se encontra no cronograma da Secretaria para ser contemplada com obras de melhoria nos próximos dias. Além disso, no caso da avenida Fernando Osório, há um projeto de qualificação da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) que se encontra atualmente na Procuradoria Geral do Município. Assim que liberado, será lançado edital para licitação.
O Município diz que há ocorrências de furtos de tampas no local do Calçadão. O caso em questão se trata de um compartimento destinado aos serviços de telefonia. A empresa do setor, responsável pela estrutura, já foi acionada, mas, até agora, não fez a adequação necessária. Em vista disso, de forma emergencial, a prefeitura irá elaborar uma nova tampa e recolocá-la nos próximos dias.
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